sábado, 28 de novembro de 2009

Venha

Venha de manhã ou à noite, livre ou de mãos atadas, completa ou com nada. Venha hoje ou amanhã. Venha descalça ou de pés cansados, sorrindo ou chorando, de braços abertos ou cruzados. Venha para ficar ou só de passagem, com um beijo ou com um abraço, com afecto para dar ou receber. Venha para fazer um dia uma vida, ou uma vida em um dia. Venha de dor, de humor, de coração. Venha com defeitos, não quero perfeição. Mas venha, simplesmente venha.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Nota sobre as pequenas coisas

São as coisas pequenas que nunca notamos que nos fazem bem. E por isso mesmo, por nunca serem notadas elas não nos cansam. Procurar não pensar nas coisas corriqueiras talvez seja melhor, arriscamos perceber a felicidade em uma dessas procuras e perde-lá, eventualmente.

domingo, 15 de novembro de 2009

''Do it yourself'', diziam

A busca pela individualização se tornou padrão social. Todos únicos e todos iguais. O grito de liberdade foi confundido com o grito de solidão e hoje nos tornamos várias ilhas dentro do mesmo mar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Papai do céu...

Prefiro não acreditar no senhor do que seguir o deus cruel que és. É absurdo crer em um deus pessoal que desça do céu e interfira na ordem natural das coisas simplesmente por causa da prece de um humano igual a todos. É apenas questão de lógica, se ''tudo posso naquele que me fortalece'' então onde está esse tudo? No vale transporte que achou na rua? Isso é benção? E se ''mal algum chegará à minha tenda'' todos nos hospitais e cemitérios da vida estão lotados apenas de ateus?
Como confiar em uma bíblia que fora reformulada incontáveis vezes? Inclusive pelo império romano, que assumiu magicamente o cristianismo como religião principal de Roma e passou a ser lei ligada diretamente ao império. O medo é a principal tática que os pais aplicam em seus filhos para conseguir fazer com que eles os obedeçam.
A história de Jesus, filho de Deus, pode ser encontrada em N religiões anteriores ao cristianismo, cada passo, o nascimento, os milagres, os ensinamentos, a tentação do mal, a morte e a ressurreição no terceiro dia, todos esses fatos podem ser encontrados após uma paciente pesquisa sobre religiões.
Fato é que as três coisas mais fortes no ser humano fazem de deus o ser que é; a tradição, o medo e a comodidade.
Antes de terminar, devo dizer que não estou atacando crença alguma, ao contrário, o ceticismo e a fé, no fundo são a mesma coisa. Não tenho nada contra seguidores de Jesus, Hare Krisha ou Buda, tenho amigos e familiares fiéis e respeito o direito de todos os seres.
Neste texto me referi totalmente ao fato da não existência de um deus pra cada um de nós. O que creio é que haja uma força maior que mantém a ordem universal e que criou uma forma de impedir a desintegração de um átomo ou qualquer coisa que nossa ciência não consegue explicar, nesse Deus que creio. Como disse Einstein uma vez '' a ciência não afasta o homem de deus, o aproxima dele.
E se acaso eu estiver enganado, tenha piedade de minh'alma, pois não sei o que digo.
Amém.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

E as cortinas se fecharam

Para esse pequeno ensaio que é a vida. Me pergunto, se para um estrela nascer outra tem de morrer, quanto duraria a minha estrela? Quando ela começará a brilhar e para quem ela apagará? Ensaiamos para o show mor todos os dias, nos preparamos a cada segundo para o grande dia; o dia da realização de um sonho, o momento da decisão de todo seu futuro. Qual dia?
A estrela nunca brilha, o dia nunca tem fim, pois os planos nunca concretizam, apenas se fazem de novos planos; o concerto não acaba ao receber as chaves de sua nova casa ou em um novo amor, na verdade, o que finda é apenas um ato; continuaremos sempre encenando e nos preparando, novamente para a grande apresentação.
A nossa cortina se fecha antes do espectáculo. Aos olhos de quem observa apenas, a vida em si, fora o show e que a estrela jamais se apagará, quando na verdade, estará sendo ofuscada pela continuidade a ser dada no viver de cada pessoa. Ela será esquecida, se apagará de vez, teu ensaio che ao fim, em um show que jamais termina.

domingo, 18 de outubro de 2009

Andar na chuva e estar com sede

Acho que é essa a sensação, não sei bem, de viver em um mundo maior que você. Um mundo em que dois pontos distantes se juntam e que todo o abstrato é real e o non sense é genial. Me perco nessas divagações sempre que volto pra casa pelo caminho da velha ponte. Na verdade, esse é o único trecho do trajeto que consigo me recordar.
Ao andar por caminhos que nunca noto, sempre me perco em pensamentos, e sempre que ando só, a última pessoa que me lembro é de mim. A cabeça vai longe, mais do que deveria, o mundo se faz pequeno demais e o futuro é promissor. E na hora de voltar e situar no mundo, é que vejo a minha pequenez.
Talvez por isso, talvez por sempre esquecer de mim é que esqueço do meu redor e acabo perdendo a noção do que sou e de quem sou perante todo o mundo.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Diga-me quem és...

...Que eu lhe direi que sentido algum terá tua vida se souber tudo de si.
Juro que tentei me conhecer a fundo, mas tive medo de me perder. Não que seja tão profundo, tampouco tão intenso, só não quis quebrar minha essência. Comparo o auto-conhecimento a um relacionamento; quanto mais você conhece o(a) parceiro(a), menos chances tem de se casar com ele(a).

Os horizontes são todos iguais

A verdadeira beleza está na vontade de ir além das montanhas.

domingo, 11 de outubro de 2009

Músicas disponíveis (finalmente)

E finalmente músicas disponibilizadas. Hallelujah! Não que seja grande coisa, as gravações são de baixa qualidade, mas foram as dificuldades, contratempos, preguiça (ignorem essa parte) e o doloroso processo de compor, tocar e gravar totalmente sozinho que me trouxe grande satisfação.
Criei um perfil no myspace e divulguei algumas músicas, cinco no total. Ainda tenho mais 5 em fase de gravação (boa dessa vez, espero) e, se tudo ocorrer bem, irei disponibilizar ainda esse mês.
Então, sem mais chatices, eis o link: http://www.myspace.com/wallecejose
Podem achar ruim, mas não deixem de ouvir, rs.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Os barcos

Nunca vi um barco. É, isso é estranho, quer dizer, provavelmente nunca fui à um rio, isso é verdade, não tenho lembranças de um dia à beira de um. O barcos sumindo ao horizonte são um belo gancho poético, tal como o pôr-d0-sol vermelho na água ou o reflexo da lua.
Sim, os barcos nos trazem belas metáforas, palavras e inspiram os sonhadores e, ainda sim, nunca perdem a mágica, por mais batido que seja.
Entre pensamentos, imaginei como seria um belo fim de tarde olhando ao horizonte e vendo as velas indo onde o vento desejar, estaria em mim toda a inspiração e todo o conhecimento da beleza da vida, jamais perderia uma palavra e a vida passaria aos meus olhos todos os dias. Mas, não tenho um rio na janela de casa, tão pouco um barco para navegar, o que tenho são dias comuns entre paredes e um muro tapando minha visão do mundo lá fora. Esses são os elementos que tenho para explorar, essas são minhas aventuras diárias, meu quarto de paredes azuis é o meu rio.E quanto ao barco? Bem, ainda tenho a imaginação de uma criança.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Dias assim...

Dúvidas...
São os dias em que a gente olha lá fora e que a chuva nos impede de sair, de fugir do mundo (ou de colocar o not na tomada, espero que a bateria dure até o final do texto), são esses dias em que estamos sós com nós mesmos, que vemos quem somos e evitamos de olhar para o espelho.
Dá medo a verdade escondida atrás de nossos egos, aquela ferida que a gente insiste em tapar e evitar de mostrar ao médico.
Dúvidas... Nunca se sabe se estamos escondendo o sol com a peneira, ou (re)descobrindo nós mesmos e evoluindo. Convém muito acreditar na primeira opção, a sensação de evoluir dá uma imagem de que há muito o que percorrer, mostra uma impressão de que não andamos nada, pra falar a verdade.
Se a chuva engolisse meu grito, se eu pudesse colocar todo o meu fardo nesse momento, e que ninguém me perguntasse ''o que há?'' Se, por um instante, eu fosse a única pessoa no mundo e me sobrasse todo ar, diria todas as palavras, em alto e bom som, que nunca foram ditas, todas as palavras que jamais existiram em nosso dicionário.
Dúvidas... Onde está a parte de mim que me ama? Onde está o sol quando precisamos dele? E as dúvidas? Para onde elas vão, amanhã que será um novo dia?
São em dias assim que eu queria ter todas as respostas do mundo em uma fração de segundos, e antes dos delírios do sono me consumirem.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ficou tarde cedo

Ficou tarde cedo
Fui contar as horas que insistem em ficar
E ainda não é hora
Não se tem lugar
E se não tem fim
Por que começar?


Já que estou aqui,
O que tenho a fazer
É cumprir o que
Me restou poder


O que se dá pra descobrir
Não cabe no viver
O que ainda está por vir
A vida é curta pra entender


Já que é pra viver
Siga bem assim
Enquanto ganho tempo
Pareço me vencer


Vejo em sua sala
Abrir alas a passar
Verdade do tempo, o mito

Mercurio Chromo


Não adianta entender
Se não nasce pra saber
Não se perde por perder
Não vence por querer

Ficou tarde cedo
Fiz um samba por não saber

Do tempo

Chegou mais cedo
O fim do dia, aqui
Vencer primeiro
Depois seguir

Deixa o amanhã
pra quando chegar
Deixa eu rir do agora, ia!
Deixa o sol que há de vir
Há um universo a se expandir

É mais belo sorrir
Quando a maré é contra ti
Encontra-se em alto mar
O melhor que há de mim

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

''Sobre viver.''

Escrevi muito pouco esse mês, se for levar em conta qualidade digo que não escrevi nada. Havia me esquecido de como voltar ao mundo real nos rouba tempo. E não apenas escrevendo, estou lendo muito pouco também, o cansaço tomou lugar dos meus pensamentos, de minhas buscas pessoais.
O homem deixou de trabalhar para seu próprio bem e passou a trabalhar para o bem alheio, sendo assim, não reconhece o fruto de seu próprio esforço. Este é o padrão de vida atual e criticá-lo é tão demodè.
É triste ver como a vida se tornou repetitiva: segunda à sexta, das 8:00 às 18:00 e me pergunto onde está o retorno de tudo isso? O homem inconscientemente enraizou a mesmize em si e com a falta de novidades teu corpo anseia por disritmia, por sentir o sangue ferver, por algo bélico, por estratégias de guerra, em vencer! Enfim, anseiam por cerveja e futebol no sábado e domingo, os dias de fuga de todo bom cidadão que é preso na rotina ''segunda à sexta, das 8:00 às 18:00''.
Concluindo meu raciocínio (se é que ainda exista alguma gota de lógica no que discorri aqui) bem, sinceramente não sei como fazer o bom e velho último parágrafo, sempre tive problemas com inícios e finais, o desenvolvimento é a única parte que escrevo sem me conter. Mas enfim, minha falta de palavras para concluir talvez não decorra exatamente da falta de tempo para ler e pensar, mas sim de meu descontentamento de ver que ao final de tudo, me tornei mais um que espera a sexta-feira anoitecer para poder dedicar-me aos livros e ao meus pensamentos, meu lado bélico e minha fuga da semana, em suma, o futebol e a cerveja.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Logos Pathos

É quando a gente menos espera que nossa vida toma um rumo inesperado.
Meio que sem perceber, nossas metas mudam completamente e quando damos por nós, a única coisa que importa é estar com quem trás aquela alegria indefinível.
É tão intenso e ao mesmo tempo tão sereno.
É a única coisa capaz de desfazer todo o mundo fechado que alimentávamos.
A única sensação que nos torna capaz de vencer o mundo lá fora.
Ser maior do que tudo.
Que leva todas as dúvidas e certezas embora.
A única coisa que nos faz jogar todos os pensamentos, que outrora povoavam nossa mente, pela janela.
Que nos tira da pequenez.
Que transcende tudo quanto há.
Esse é o amor.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Humano, demasiado humano

Viver, sentir, estar, ser humano. Essa é a nossa condição, a única verdade existente, a única coisa que não dá para escapar, somos todos humanos em nossa pequenez, nossa incapacidade e ao mesmo tempo em grandeza e poder. Somos a contradição, a diferença, a divergência.
Amamos ao vento, mentimos por pouca coisa, no corrompemos por menos ainda, ditamos, queremos, obrigamos. Fazes tudo isso? Eu também. Mas não da mesma forma, não na mesma hora, o sentimento é o mesmo, mas a forma de sentir é pessoal, adequada as nossas condições, aos nossos genes, logo, é impossível sermos correspondidos com o mesmo sentimento, pois ele não existe!
Querer que alguém lhe ame da mesma forma é privá-la de ser ela mesma, não é amor, é uma prisão, não haverá felicidade, sentimento este que também se enquadra nessa condição, cabe a cada um de nós saber qual a tua felicidade e isso não encontra em livro algum, pois o ensinarão a ser feliz nos moldes de que em escreveu e a quem sabe dessa verdade, lhe irá expor apenas o que é tal sentimento, como matéria-prima, objeto a ser moldado. Cada um sabe da tua dor, teu demônio, teu deus, teu céu e teu inferno.Cada um sabe apenas de si e cabe a si e a mais ninguém vencê-los, compreendê-los ou ignorá-los.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Atualmente tentando mixar algumas músicas para divulgar e me sentindo um inútil por não estar conseguindo.

Quando escrevo uma música me sinto grato por ter tido a chance de escreve-lá, essa é uma das que eu mais fiquei feliz de ver pronta:

Teus olhos

É, capaz de ser teus olhos
Que me trazem paz
Um sorriso teu já me basta pra fazer
Teu colo meu repouso

É, capaz de ser à noite
Que a gente vê melhor
Lembranças da casa vazia
Me trazem uma tarde qualquer
Saudade mora agora no meu quarto e não se importa
Em invadir meu peito pela porta


Capaz de ser teus olhos
Que me trazem a paz de
Chegar em casa bem

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Por ventura

Ando tendo boas sensações em relação ao futuro de minha futura banda, rs. Me surgiu a ideia de postar as letras de algumas músicas que escrevi, espero que gostem (se não gostarem, deixem o motivo, só não vale xingar a mãe). Então...

Bem Querer


Meu amor, juro por Deus
Hoje mesmo lhe esquecer
Há um mundo a viver
E eu não posso padecer
De amores vãos,cantados pelo ar
Que sinto dia-a-dia minha alma carregar


Me queira bem, ao menos essa vez
Que eu prometo me abster
De quão vulgar eu fui ao te amar tão fácil assim (Refrão)
E carregar dentro de mim todo esse teu sofrer.


Meu amor não posso mais
Me importar com estas palavras
Que só diz sofrer demais
Pois me quer assim,
Com um ombro à chorar,
E despreza que ao seu lado
Há um peito a sangrar.



Me queira bem, ao menos essa vez
Que eu prometo me abster
De quão vulgar eu fui ao te amar tão fácil assim
E carregar dentro de mim todo esse teu sofrer.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

De fato

Envelheço,não só o corpo, não só o pensar, envelheço principalmente a alma. Foi-se o ânimo, a convicção, a vontade de lutar, e em seu lugar toma conta de mim a vida de cada um, a vida que será minha. Certa vez disse à um amigo meu ''querendo ou não nossa vida será essa; acordar às 6:00, trabalhar e chegar às 18:00'' e mais do que nunca, sinto isso mais perto de mim, começo a me acostumar, talvez até aceitar a condição de humano, humano comum, com uma vida comum, longe das poses heróicas e noitadas com estrelas de cinema, nada haver como imaginava o mundo aos 14.
É, o mundo não é mágico, tão pouco um rio de oportunidades que passa frente a sua janela e que lhe espera acordar pra ir vê-lo.
Envelheço, e na contra-mão de minha vitalidade vem a vontade de ter uma casa pequena em uma cidadezinha qualquer, com um jardim na frente e um quintal. Vejo ir embora também minha velha sina de querer sem um bom compositor, escrevo agora pelo prazer e por ser a única coisa que sei fazer. Foram embora as pretensões, os amores, os devaneios, a boemia e como dito, restou apenas e velha vontade de ver a vida passar na varanda de um casinha.

domingo, 26 de julho de 2009

Mudança

Já é a quarta vez, em dois anos que mudo. Embalar coisas pequenas, deixar as pequenas coisas de lado, desmontar a cama, mudar o sorriso, olhar se não ficou nada para trás, deixar tudo de ruim para trás, guardar tudo novamente, sumir aquilo que você mais precisa, encontrar depois de alguns dias ( ou semanas), ascender a luz, lembrar que o isqueiro está no fundo da caixa mais grande, aprender a lhe dar com as pessoas, conhecer os vizinhos, tirar algumas horas para si mesmo, dormir um pouco depois de amenizar toda a bagunça, estressar com a visão geral do pandemônio que está a casa, prometer não perder a calma tão facilmente, casa nova, vida nova, planos novos. Depois de um mês, quando você já decorou onde fica o interruptor do quarto, ver sua vida voltar ser como era antigamente em sua antiga casa.

sábado, 18 de julho de 2009

A muralha do ser.

Creio que o orgulho de um homem não provém de seu castelo particular, mas sim da muralha que o protege, o castelo é fraco e indefeso, ao contrário da muralha que é forte e consegue suportar os golpes mais duros.
Há duas formas de transpassar a muralha, e nenhuma das duas são fáceis. A primeira forma
seria derrubá-la, destruí-la como se nada fosse, mas isso deixa cicatrizes, torna o castelo exposto e o pior, mostra que a impetuosa barreira é frágil, obrigando o ser a reconstruir barreiras cada vez mais altas. A segunda forma, talvez o menos convém aos ''conquistadores'' seria entrar pelo portão da frente. Sim, toda muralha, todo castelo por mais forte que possa sempre tem um portão, esse é o caminho mais difícil e talvez mais belo, e igual a primeira forma, se faz eterno e expõe o castelo, mas não ao perigo e sim à força, maior que qualquer muralha. Há portões que sempre se mantêm trancados e outros sempre abertos, correndo os riscos de perder e de ganhar.
Os castelos. Ah, os castelos! Essas frágeis torres são tão vulneráveis quando se vêem sem tua defesa, teu baluarte, podem ser tornar conquistados ou dominados, levantados ou destruídos e mesmo que seja para o bem,muitos se sentem desconfortáveis aos serem tocados.
Com o passar dos séculos as muralhas vão se tornando cada vez mais altas e os castelos cada vez mais frágeis, e hoje, já chegamos ao ponto de não conseguirmos mais ver o nascer do sol e um dia talvez, não veremos mais a luz dentro de nossos castelos cercados por gigantes muros, mas a altura não impedirá que seja avistado um portão, um portão que deve sempre se manter fechado, mas nunca trancado.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Eu sei que é meio clichê dizer isso, mas...

Eu realmente não esperava essa quantidade de elogios referentes aos textos do blog, é verdade que todas as pessoas que escrevem querem ser lidas e é incrível, por mais que a gente tente imaginar, é totalmente diferente de nossos sonhos mirabolantes. Só tenho de agradecer, de coração, todos que lêem as coisas (muitas vezes inúteis) que escrevo e me esforçarei para manter o blog, apesar de novo, sempre atualizado. Estou um pouco sentimental hoje, é melhor ir dormir.
Nota rápida: Wall-e e A.I. além de terem pronuncias parecidas, são os melhores (e mais tristes) filmes que já vi.

Santo ócio!

Já são quase três da manhã e, embora tenha fechado o orkut e despedido de todos no msn, não consigo dormir, prometi a mim mesmo só usar a Internet hoje pra baixar Laranja mecânica, isso já faz quatro horas, mas tudo bem, esse não é o único livro que tento ler e tenho preguiça, meus três livros que comprei no sebo estão até hoje em cima do criado mudo.
As pessoas são engraçadas, acho que não vou compreender os livros simplesmente por tê-los ao alcance das vistas, tenho tempo de sobra pra ler, mas para mim, mergulhar minha mente no mais profundo ócio é bem mais prazeroso, e é engraçado como em momentos assim ainda consigo tirar algo proveitoso (demorei uns cinco minutos pra formar essa frase, essa simples frase). É claro que me preocupo e tenho medo de cair na obsolescência, mas, ao invés de me arrancar os cabelos de raiva ou me deprimir por causa do remorso de só sentir vontade de estudar um dia depois da prova, eu rio, ao menos ainda sinto vontade de ler.
Não sei se isso é um defeito ou uma qualidade, eu não funciono sabendo que tenho algo à fazer, embora eu tenha vontade de ler eu não quero, pois essa vontade me parece uma obrigação de mim a mim mesmo e isso definitivamente não é prazeroso. Uma dia, quando sentir que os ventos estiverem soprando à uma única direção e eu me esquecer que ele ainda existe, talvez eu ache a capa de um deles interessante e começe a ler. Só espero que quando chegar esse dia o sebo ainda esteja aberto, pois se o livro tiver faltando página eu vou querer meu dinheiro de volta.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Biblioteca de Alexandria

O sebo mais antigo da cidade está fechando e eu, como todo bom consumidor compulsivo de coisas trash e/ou inúteis, fui dar uma olhada no pouco de coisas que ainda restavam. Por alguns minutos oscilando entre vinis e livros velhos, cheguei a uma conclusão: Sebo é um dos lugares mais mágicos do mundo! Se você parar pra pensar, o um pedaço de toda a vida de sua cidade está lá, em cada livro, em cada vinil e em cada fita de Atari (eu tive que comprar, aquilo estava me seduzindo)
Não há seleção, não há público alvo e nem jogadas de marketing, o que você precisar você encontra lá! Se pudéssemos absorver um pouco de cada história, um pouco de informação atrás das capas de cada livro...
Foi pensando nisso que trouxe para casa três, aparentemente, maravilhosos livros, creio eu que ao termino destes poderei compartilhar do mesmo conhecimento absorvido pelas vidas atrás ( isso se não tiver faltando páginas e eu não morrer de uma crise alérgica antes de terminar de ler).

terça-feira, 14 de julho de 2009

Nota rápida

Eu disse que iria achar aquele texto um lixo.

Meu reino por um cavalo

A maior ironia da vida é simplesmente o ato de viver. É engraçado como nunca nos satisfazemos com nossas conquistas, sempre vejo na TV frases do tipo: ''Eu daria todo meu dinheiro para ter felicidade'' ou ''Foi o que eu sempre quis, mas agora quando vejo que conquistei percebo que não era como eu sonhava.''
Somos como ratos, presos por um gato que nos deixa fugir só pra ter o prazer de nos prender novamente. Assim é vida, ela nos aprisiona em nossas próprias vontades, nos dá a falsa sensação de conquista e depois nos tiram a felicidade novamente e nos faz sentir vontades. As vezes paro pra pensar se realmente há um destino, se nascemos já com a vida toda traçada, bem, em momentos mais otimistas penso que somos livres, somos apenas seres que vivem e em outros momentos escrevo um texto que sei que irei ler mais tarde e achar um lixo.
Será que existe uma satisfação que perdure? Um desejo que, após a conquista você desfruta cada segundo para o resto de sua vida? Se existir, quando o perceberemos? Quando formar? Quando casar? Quando seu filho nascer? Um segundo antes de morrer?
Um de meus medos é descobrir nesse meu último segundo antes da morte que existe sim um destino, além da morte, um único destino a todos os seres humanos, o destino de sempre correr atrás do próprio rabo, o destino ser um eterno escravo dos desejos e ver que toda essa vida foi igual a de todos pelo simples fato de tentar fugir do destino.
A vida quer rir de nós, e eu digo, felizes são os que riem da vida!

sábado, 11 de julho de 2009

O 13º trabalho de Hércules

Nem Hidra, nem a Corça de Cerínia, tão pouco os Currais do rei Aúgias, o pior trabalho a se fazer é encontrar um guitarrista nessa cidade.
Só uma nota rápida: Hoje estou de mal humor. Culpa do maldito calendário que me fez lembrar que já se foram mais de 20 dias do dia em que eu disse: ''Agora só falta o guitarrista, mas isso será fácil, guitarrista e advogado em cada esquina há três''.
É, já se foram mais de 20 dias, 20 dias que levei para descobrir que nem todo advogado é causa ganha e que nem todo guitarrista gosta de música alternativa.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Reflexão

''Oh, vontade de tê prantação de mi no fundicasa. Um quitar inteirim só de mi.''
Acho que o sonho de todo mundo se resume nessa singela vontade de meu finado avô.








Legenda:
Mi: Milho
Quitar: Hectare

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Consertando erros

Minha ex-professora de Química, se não me falha a memória, em sua primeira aula, disse que a melhor hora para estudar é de madrugada, além da quietude da noite, o cérebro trabalha melhor, na época além de não dormir, não aprendi química. Em compensação, hoje minha mente doente (olha só, rimou) voa à lugares que nunca imaginei, e que algumas vezes nem deveria imaginar. Não sei se é a tese de minha saudosa mestre em ação ou os delírios do sono que se aproxima, pois sempre poucos segundos antes de cair no sono minha mente sempre bola ideias mirabolantes, coisas inimagináveis às três da tarde, músicas e textos de causar inveja, o triste é saber que no outro dia eu nunca me lembro da noite passada.
Hoje tenho medo de julgar uma pessoa como sendo alguém de capacidade mental inferior, quando na verdade é alguém de tamanha percepção que meu cérebro não consegue perceber. Foi o que aconteceu nessa passagem que acabei de citar, eu tinha o péssimo hábito de julgar as pessoas por uma simples ação ou por alguma ideia fracassada, e olha que ironia, adivinha quem é o verdadeiro fracassado?
O lado bom é saber que a única coisa que a gente carrega até a morte é aquilo que não enxergamos, e dou graças por descobrir hoje, quase uns três anos depois, que minha professora é mais esperta do que eu.

domingo, 5 de julho de 2009

Descobri que sou feliz

Acordar com um refrão desconhecido na cabeça, fazer uma caminhada até a padaria, ligar o som baixinho, mandar um scrap para um amigo de tempos, receber uma ligação inesperada, não atender o telefone de madrugada, almoçar com a família, escrever uma música simples, rir com seus pais, reclamar da música que seu irmão está ouvindo, ouvir sua mãe dizer que não aguenta mais ver aquela bagunça no seu quarto, entrar no seu quarto e achar que está arrumado, fingir que entendeu aquela piada sobre SPN, ver as horas passando, esperar entardecer, arriscar um novo acorde naquela música, tirar sarro do amigo que tomou um fora, tomar um banho, sair do banho só na hora que seu pai reclamar e contemplar a beleza do nada.
Às vezes só precisamos de um dia normal pra descobrir o que nos faz bem.

sábado, 4 de julho de 2009

Crtl+C e Crtl+V De mim mesmo

Eu postei esse texto no meu perfil do Orkut, e se bem me conheço, logo, logo vou trocar...


Fazendo trabalho missionário na Philadelphia.
Não levei meu computador e acho que não há lan houses por lá, esqueci meu celular em cima da cama, portanto, se precisarem falar comigo, mande uma carta, mas não darei certeza que chegará em minhas mãos pois esqueci meu endereço e não posso pedir informação pois acabei de me lembrar que não sei falar inglês; Me dei conta disso ontem à noite quando saí à procura de algo pra comer e acabei por entrar nos fundos um cinema pornô.

Ainda tenho mais três semanas aqui, me disseram que as colegiais são lindas... ou era as do Japão?
Ah, droga! Às vezes me esqueço o que diabos estou fazendo aqui. Ah, sim! O trabalho missionário, mas não será possível fazê-lo, pois esqueci meus documentos em cima da cama, do lado do celular.



P.S. Alguém tire um print da minha página de recados e mande para a embaixada brasileira nos E.U.A. Com um pouco de sorte, chegue antes que eu seja deportado.

Um dia eu ainda aprendo

Que nunca vou conseguir dormir às 4:00 da manhã e acordar às 8:00, isso definitivamente não é possível!
O celular desperta e a única coisa que eu consigo pensar é: Foda-se, eles que me esperem! Depois, lá por volta das 11:00 acordo com depressão por não ter levantado, e fico pensando: Droga, eu conseguiria, era só fazer os braços levantarem o corpo, e, no outro dia... Lá vou acordar novamente às 11:00.
É triste ver como um mês longe da boa e velha rotina muda completamente nossos hábitos ( e nos engordam) o ser humano sempre foi tentado pelo pecado da acomodação, ao menos dizem que é pecado, pra mim pecado é o trabalho, fruto da cagada de Adão (deixando bem claro que eu não sou preguiçoso, só estou culpando ao próximo pela minha condição de trabalhador, ou melhor, ex-trabalhador).
Já faz um mês que estou sem trabalho, longe daquela vida, a qual já estava me acostumando, de acordar cedo e só chegar à noite, e depois de trinta dias parados, para mim, vai ser pior retomar as atividades do que quando comecei a trabalhar. Afinal, em vez de aproveitar o tempo que tenho de ócio tentando não enferrujar, fico tentando provar a mim mesmo que consigo dormir às 4:00 pra acordar às 8:00.

Ah, então...

Esse é meu primeiro blog, surgiu meio que do nada, depois de alguns textos e uns vinte minutos tomando banho resolvi que seria legal.

Só depois de criar minha conta que fui lembrar que havia me esquecido de um pequeno detalhe: O que eu iria escrever? É incrível como me empolgo com as coisas e esqueço do óbvio, como pude não pensar no que iria escrever? Mas isso não é uma coisa que me preocupa, na verdade, eu acredito que as melhores ideias surgem de repente; No banho, durante um casamento ou no super mercado comprando Miojo, as palavras me saltam aos olhos na hora em que eu deveria estar fazendo tudo, menos pensando em escrever e também sempre quando não tem papel e caneta por perto.
Sempre gostei de escrever, seja textos ou músicas, à algum tempo atrás isso era um processo doloroso, eu me acabava, suava, xingava e... nada! Nem uma frase sequer, no muito duas palavras, mas, depois de um tempo descobri que não preciso correr atrás da ''inspiração'' é só esperar ela bater à sua porta, se isso demorar um mês, que demore (portanto, se eu sumir não se preocupem, eu só estou esperando a inspiração em alguma fila de banco) prefiro não pensar demais nisso.
No mais, acho que é só isso, espero ter ânimo para postar frequentemente e alguém para ler, claro.

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