terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pôr-do-sol de Porto Alegre

-Vamos fazer uma festa para comemorar seu aniversário?
-Prefiro um livro.
-Um livro? Por quê?
-Festas acabam e não voltam mais. Os livros podem ser lidos quantas vezes quiser, se não se lembrar do que está escrito.
-Você é estranho.
(Silêncio)
-Ainda faltam quase 3 meses.
-E daí?
-Imagino que tipos de livros chegarão por aqui durante esse prazo.
-Qual você quer ganhar?
-Um bem grande...
-O tempo mudou. Será que vai chover?
-Poderia. Está calor... no Sul não faz tanto calor assim.
-Mas, você sempre reclama do frio.
-O frio de lá é legal.
-Como assim? Frio é frio!
-Não... no frio de lá as pessoas se abraçam.
-Você quer ir pra lá pra abraçar alguém?
-É...
-Por que não abraça aqui?
-Porque ela não está aqui.
-Está lá?
-Também não...
-Então?
-Quero abraçá-la sob o pôr-do-sol de Porto Alegre.
-(Risos) Isso pareceu um trava-língua.
-É bonito, né?
-Você é estranho.
-Eu sei.

3 comentários:

  1. ''Festas acabam e não voltam mais. Os livros podem ser lidos quantas vezes quiser, se não se lembrar do que está escrito.''
    Muito bom!

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  2. Singelo e de beleza sutil. Mais uma vez: parabéns, WallEce.

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  3. Eu também prefiros os livros... Festas são de futilidade terrível, será que as pessoas não enxergam isso?

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